quinta-feira, 29 de agosto de 2013

S.O.S.! CANOAS CAIÇARAS AGONIZANDO EM ILHABELA

Meu amigo Julinho Mendes escreveu uma crônica linda sobre um guapuruvu na mata cujo sonho é de um dia se transformar em Canoa:
"Quero ainda poder navegar, morar num ranchinho à beira da praia, rolar em rolo e beijar o mar. Quero pescar, balançar nas marolas, carregar pescador, sentir o vento na proa, quilhar na popa em rumo a parcéis. Quero ser livre, seguir o clarão do sol e voltar no rastro da lua. Quero ouvir o canto dos goetes, quero o encanto das sereias, a benção de Iemanjá..."
Esse guapuruvu do Julinho quer ter esse privilégio antes de morrer de vez, secar e apodrecer no mato.
Sim, este é o destino mais glorioso que uma árvore pode ter, a de renascer como Canoa Caiçara, ter um dono cuidadoso e orgulhoso, um ranchinho na beira da praia para descansar depois da pesca, ter um nome muitas vezes igual ao da filha ou esposa, família que a Canoa ajuda a sustentar com dignidade.
Pois bem, esse é o lindo sonho de uma árvore que ainda não virou Canoa.
Mas dias desses fui alertado sobre várias imensas Canoas Boneteiras, mais de 10, que representam 1/3 do patrimônio naval da Praia do Bonete em Ilhabela que foram compradas por um dono de hotel para "enfeitar" a praia.
Foto: http://tainhanarede.blogspot.com.br/2015/04/caa-icara.html
Essas Canoas Caiçaras Boneteiras acima, um dia foram árvores magníficas, um dia foram escolhidas para renascerem Canoas, foram imaginadas e esculpidas por um Mestre Canoeiro, foram adotadas por uma família Caiçara, ganharam cores vivas e um nome, ganharam uma alma, realizaram o sonho...
Hoje, estão agonizando na areia, imóveis, paralisadas, "pássaros na gaiola" como disse um amigo meu.
Que maior pesadelo pode existir para quem antes viveu aventuras diárias no mar, desvendou segredos das profundezas marinhas, dividiu alegrias com seu dono.
Que destino infeliz, salvar-se de apodrecer no mato para apodrecer na praia... logo alí, a poucos metros do oceano, das aventuras, do gosto salgado, do balanço cadenciado das ondas, do afago do seu dono, do cheiro abençoado dos peixes.
Que desgraça!
Ah... podem dizer... mas elas foram vendidas!
Sim, foram vendidas, ou melhor compradas. Compradas por um empreendedor capitalista que fez uma oferta para uma família que talvez tenha sido acuada ano após ano pelo próprio sistema capitalista, que extermina qualquer tipo de cultura comunitária baseada  na reciprocidade igualitária, como é a Cultura Caiçara. Desta forma, cada vez mais e mais impactadas pelo consumismo proporcionado pelo capital que corrompe costumes, altera tradições e "pasteuriza" culturas, essas famílias se desfizeram de suas Canoas.
Podem ter pensado no "fracasso" da pesca artesanal, que já não proporciona o "de comer", na dificuldade de conseguir uma autorização "do meio ambiente" para fazer sua roça de mandioca.
- Pra que uma Canoa se eu nem consigo mais ser "Caiçara"!
Se pensarmos em toda a dificuldade e em todo o "custo" ambiental, humano, artístico, social, cultural envolvido na construção e uso de uma Canoa Caiçara, jamais aceitaríamos que uma Canoa pudesse servir como "enfeite". Isso é o verdadeiro crime ambiental! Isso sim deveria ser motivo de indignação e repúdio!
Volta pra água! Volta pra água! Volta pra água!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O SONHO DE UM GUAPURUVU - por JULIO CÉSAR MENDES



Peço permissão novamente para publicar mais um maravilhoso texto do meu amigo Julinho Mendes.

Fonte: O Guaruçá - http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=45375"

ATENÇÃO, ESSE TEXTO É MELHOR LIDO SOB ESTA MELODIA DE RODOLFO VIDAL: CLIQUE AQUI 

Julinho Mendes
27/08/2013 - 09h00
O sonho de um guapurubu

Julinho Mendes 
Já cumpri com meu divino dever: reflorestei, dei sombra fresca, produzi ar puro, abriguei passarinhos, alimentei formigas, oxigenei a terra. Nesse meu período de vida, vislumbrei a vocação e o destino de meus pais: Ser navegante! Mas o destino a Deus pertence. Hoje me encontro velho, seco, sem vida e com o destino de em breve me desintegrar na terra. Não foi esse o destino de meus pais. Não é esse o fim que eu quero. Quero ainda poder navegar, morar num ranchinho à beira da praia, rolar em rolo e beijar o mar. Quero pescar, balançar nas marolas, carregar pescador, sentir o vento na proa, quilhar na popa em rumo a parcéis. Quero ser livre, seguir o clarão do sol e voltar no rastro da lua. Quero ouvir o canto dos goetes, quero o encanto das sereias, a benção de Iemanjá...
Estou com medo. O tempo está passando e ninguém vem me buscar. Pica-paus e baitacas já me fazem buracos para seus ninhos. Minhas raízes interromperam o sulco da terra, não bebo mais água, não oxigeno mais. Por favor, não me deixem aqui! Daqui a pouco vem um sudoeste qualquer e me põe no chão e cai também o meu sonho de ser navegante.
Se me ajudarem saio daqui e igual papai e mamãe me torno canoa, navegante e me findo no mar. Quero que me pintem de verde e amarelo e me deem o nome de Ícaro. Vou navegar ao sol, derreter-me ao tempo e diluir-me no mar.
Quero ser canoa! Quero navegar!
Na mata, em breve, findarei. No mar vida nova terei.
Sou Guapurubu, dos tupinambás, dos caiçaras... Sou do lugar de muitas canoas. Sou de Ubatuba e moro no morro do Félix.
Venham! Venham me buscar!



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

AS CANOAS DO TIPO "REGATA" FEITAS PARA COMPETIR, PESCAR E LUTAR.

Que lindas, estreitas e esguias são estas canoas do tipo "regata" lá de Cananéia usadas localmente para a pesca da manjuba. Que habilidade para remar uma destas!
Neste site já falei das variedades diversas do tipo de embarcação classificado como Canoa Caiçara; a Canoa de Voga, a Canoa Boneteira, a Canoa de Paranaguá - PR.
Faltava algo sobre a Canoa Regata.
"Segundo Francelízio, pescador e canoeiro, a regata é uma canoa longa, de boca estreita, sem bordadura, muito veloz, corta muita água, mas não e é adequada para a pesca no local. Era confeccionada em Ilhabela e vendida para Santos e para o litoral sul do estado, utilizada na pesca da manjuba. Em Ilhabela, segundo Cláudio, pescador e carpinteiro, as canoas para seis ou oito remadores, eram utilizadas exclusivamente para as regatas que ocorriam duas vezes ao ano no município, nunca para a pesca. No decorrer do anoficavam guardadas em ranchos, aguardando a próxima competição". (Maldonado, 2001, p.105, grifos da autora).
"Cortar água" é o efeito que pode ser observado na proa da canoa da foto abaixo:

A pesca da manjuba:
Em 1999, acontece um marco histórico na questão dos direitos das comunidades Caiçaras sobre o usofruto de seus territórios tradicionais, mesmo que em áreas de unidades de conservação integral, que foi a PORTARIA REGIONAL Nº 1 /99 DE 13 DE AGOSTO DE 1999, assinada pelo INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS:
"Considerando a importância do Mar Pequeno (ou Mar de Dentro), por se tratar de região estuarina que constitui o terceiro maior criadouro mundial de espécies aquáticas;
Considerando a importância sócio-econômica do recurso manjuba para a região do rio Ribeira de Iguape;
Considerando que as bocas das Barras de Icapara e do rio Ribeira de Iguape, e praia do Leste são áreas pouco profundas e de concentração de juvenis de diversas espécies de peixes;
Considerando que o efeito não predatório da rede corrico sobre a população de manjuba e demais espécies, conhecimento este resultante dos trabalhos de pesquisa realizados pelo Instituto de Pesca da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo;
Considerando a alteração ambiental provocada pela aberturas do Valo Grande e mantendo a solicitação já efetuada aos órgãos competentes em favor do fechamento, durante o período das secas, resolve:

Art. 1º- Permitir o exercício da pesca da manjuba, com o petrecho denominado "manjubeira" ; no rio Ribeira de Iguape a partir do local conhecido como "coroinha" e "sinal" no Costão do Icapara até a Pedra do Jeajava.; e na margem da Ilha Comprida até o Hotel "Maré Alta".
Parágrafo único- As normas de navegação da Marinha devem ser respeitadas.
Art. 2º- Permitir o exercício da pesca da manjuba, com qualquer denominado "corrico", no Mar Pequeno (ou Mar de Dentro) até Sabauna e, também, no rio Ribeira de Iguape até os locais conhecido como "coroinha", e "sinal", respeitando as normas de navegação da Marinha.
(...)
Art. 5º- O petrecho "manjubeira" permitido para a pesca da majuba nos locais do Mar Pequeno e no rio Ribeira de Iguape descritos no art. 1º desta Portaria, deve apresentar as seguintes características:
I- Panagem
1. Redes compostas de braço, manga e saco com comprimento máximo de 150 m (cento e cinquenta metros); cada segmento da rede deve ter as características de comprimento e malhagem especificadas nos incisos II, III, e IV deste artigo.
2. Redes compostas somente de manga e saco com comprimento máximo de 150 m (cento e cinqucenta metros); cada segmento da rede deve ter as características de comprimento e malhagem especificadas no incisos III e IV deste artigo.
II- Braço (se houver)
Comprimento máximo de 34 m (trinta e quatro metros), malhagem mínima de 24 mm (vinte e quatro milímetros);
III- Manga
Comprimento máximo de 90 m (noventa metros), com malhagem mínima de 20 mm (vinte milímetros);
IV- Saco
Comprimento máximo de 26 m (vinte e seis metros), malhagem mínima de 18 mm (dezoito milímetros).
Parágrafo único- Para efeito de mensuração, define-se tamanho de malha como a medida tomada entre ângulos opostos da malha esticada e o tamanho da rede como medida tomada entre as extremidades da panagem.
Art. 6º- O comprimento da rede "corrico" a ser utilizada no rio Ribeira de Iguape e no Mar Pequeno, não deve ultrapassar 150 m (cento e cinqüenta metros), com malhagem de 24 mm (vinte e quatro milímetros).
Parágrafo único- Para efeito de mensuração, define-se tamanho de malha como a medida tomada entre ângulos opostos da malha esticada e o tamanho da rede como medida tomada entre as extremidades da panagem.
Art. 7º- O exercício da pesca, praticado em descordo com estas disposições constitui dano à fauna aquática de domínio publico, nos termos do art. 71 do Decreto-Lei nº 221/67assim como crime, nos termos dos Art. 34 da Lei nº 9.605/98, de 12 de fevereiro de 1998".

Essa importante "Portaria regional" criou um precedente capaz de garantir o acesso doa populações tradicionais aos seus territórios de direito ancestral, desde que sob regras de manejo sustentáveis, que muitas vezes reproduzem ou formalizam o próprio manejo tradicional.

1   fontes: 
1- https://www.facebook.com/photo.php?fbid=400427030063184&set=a.104000543039169.4555.100002876713968&type=1&relevant_count=1
2-MALDONADO, Wanda. Da mata para o mar - A construção da Canoa Caiçara em Ilhabela/SP, 2001.
3- http://ipesca.tripod.com/pesca.htm
4- http://www.pesca.sp.gov.br/noticia.php?id_not=547

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PARATY LANÇA CAMPANHA DE APOIO AO REGISTRO DA CANOA CAIÇARA JUNTO AO IPHAN

Dia 16 de agosto último a Secretaria de Cultura de Paraty lançou a campanha de apoio ao registro da Canoa Caiçara como bem cultural imaterial do Brasil.
Estiveram presentes os Srs. Ronaldo dos Santos, secretário de cultura; André Bazanela, chefe do Iphan de Paraty; Robson Dias Possidonio, fórum das comunidades tradicionais, de Trindade; Mestre Vítor Cardoso do Carmo, Mestre canoeiro da Trindade; Peter Santos Németh, proponente do Registro representando a APE-Associação Pescadores da Enseada e Mário Ricardo de Oliveira, Mestre rabequeiro representando a Fundart-Ubatuba; no salão nobre do paço municipal de Paraty que estava lotado.
O intuito do Registro é garantir a continuidade e a salvaguarda dos saberes e fazeres associados à construção da Canoa Caiçara que é o símbolo maior da Cultura Caiçara. A importância da Canoa Caiçara está oculta dentro do processo empírico que engloba sua confecção e seu uso na faina diária da pesca tradicional. São saberes que apenas existem na mente do Mestre e somente possíveis de serem transmitidos através da oralidade.
Apoiam esta iniciativa desde 2011, a Associação Pescadores da Enseada - APE, FUNDART - Prefeitura de Ubatuba, Nupaub-USP, Museu Caiçara de Ubatuba, APA Marinha - LN, Fundação PróTamar - Ubatuba, Instituto Costa Brasilis, União dos Moradores da Juréia, Amyr Klink Projetos Especiais, os remadores das corridas de canoas do Litoral Norte, além de vários colaboradores e admiradores da Canoa Caiçara.
A adesão de Paraty ao Registro com a criação desta Campanha de apoio veio contribuir e abrilhantar ainda mais este projeto agregando mais colaboradores e compilando informações da região sul fluminense que carecia de maior coleta de dados relacionados à Canoa Caiçara.
 foto: Peter Németh
Aumenta assim a visibilidade sobre as questões que impedem ou prejudicam a reprodução cultural da Nação Caiçara, principalmente a defesa e o direito ao uso de seus Territórios Tradicionais ancestrais tanto em terra quanto no mar, cada vez mais ameaçados pelo ambientalismo radical que exclui o homem da natureza e pela especulação imobiliária devastadora.
Agora o Iphan deverá nos próximos anos solicitar mais estudos relacionados aos saberes e fazeres da Canoa Caiçara para delimitar ainda mais o recorte do bem a ser registrado, principalmente nos litorais sul paulista e norte paranaense, para que o Registro seja definitivamente inscrito no Livro dos Saberes.

Fontes:
http://canoadepau.blogspot.com.br/2013/01/conselheiro-do-iphan-visita-mestres.html
http://canoacaicarabrasil.blogspot.com.br/
http://fundart.com.br/fundart-prestigia-31o-festival-da-cachaca-cultura-e-sabores-de-paraty/

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A SALVAGUARDA DA ARTE DE FAZER UMA CANOA CAIÇARA

Entre os tópicos do processo de registro da Canoa Caiçara como patrimônio cultural do Brasil, está a salvaguarda do bem.
Diretrizes do Ministério da Cultura: "a ação de salvaguarda tem por objetivo identificar e documentar os saberes e modos de fazer que constituem patrimônio cultural brasileiro, democratizar o acesso e promover o uso sustentável desse patrimônio para as gerações futuras e para a melhoria das condições de vida de seus produtores e detentores. Além de desenvolver as bases legais, administrativas, técnicas, tecnológicas e políticas da preservação dessa dimensão do patrimônio cultural, contribuir para a garantia das condições sócio-ambientais necessárias à produção, reprodução e transmissão de bens culturais de natureza imaterial, desenvolver as bases institucionais, conceituais e técnicas do reconhecimento e valorização da dimensão imaterial do patrimônio cultural e promover a defesa de direitos associados aos bens culturais de natureza imaterial, em especial os direitos de imagem e de propriedade intelectual de populações tradicionais e detentores desse patrimônio."
Conforme destaquei no Dossiê, a iniciativa da Sectur de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, tem sido até agora uma das mais eficientes no sentido explícito do que preconiza uma ação de salvaguarda.
Parabenizo o Mestre Raimundinho, a Sectur, a Defesa Civil de são Sebastião e peço permissão para reproduzir a matéria abaixo.

Defesa Civil recolhe árvores Guapuruvu e repassa para as oficinas culturais da Sectur

São Sebastião, sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Luciano Vieira | PMSS
Troncos serão usados na confecção de canoas pelo artesão Raimundinho
Troncos serão utilizados na confecção de canoas caiçaras pelo artesão Raimundinho
Após os fortes ventos que passaram pela Costa Sul na última semana, vários exemplares de Guapuruvu foram derrubadas no sertão do Una, em Barra do Una.
Muito usada na confecção de canoas caiçaras, três troncos foram cortados por agentes da Defesa Civil e transportados até a Secretaria de Turismo e Cultura.
O assessor cultural e artesão Raimundo Rafael Filho, o Raimundinho, fará a feitura das canoas que depois de pronta, serão repassadas por sorteio para algum caiçara local que deterá o poder da canoa por um período e depois a repassará para outro caiçara e assim, sucessivamente.
Até o momento, os três troncos do Guapuruvu estão próximos ao CIT (Centro de Informações Turísticas) na Rua da Praia. Posteriormente os mesmos serão destinados a outros locais. Um deles seguirá para o Batuíra, outro para a EM Topolândia, e a outra ficará no próprio CIT.
A ideia é manter a tradição da feitura de canoa caiçara e repassar para as novas gerações essa arte.
(CH/RF)
Fonte: Depto de Comunicação
http://www.saosebastiao.sp.gov.br/finaltemp/news.asp?id=N982013111249

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A CIÊNCIA SECRETA DA "ROLADA DA CANOA CAIÇARA"

Aqui já se falou da arte do "feitio" da Canoa Caiçara, da "esculturação"do remo caiçara e do Dossiê de instrução do Registro da Canoa caiçara junto ao Iphan, mas a técnica especial de rolar a Canoa também merece um destaque especial. A "rolada da Canoa Caiçara" é uma verdadeira ciência. Através de dois ou mais rolos é possível fazer todo o tipo de manobra com a Canoa seja nas superfícies sólidas de cimento ou nas de areia fofa ou dura. Esta técnica somente se aprende durante o trabalho diário de colocar a Canoa na água e retirá-la após a faina pesqueira. O trecho a seguir ficou de fora do Dossiê da Canoa Caiçara por motivos de espaço já que foi necessário reduzir o original de 90 páginas para 60.

 11.3- (Partes e acessórios) Os Rolos:
Os rolos de canoa são acessórios fundamentais da canoa caiçara permitindo sua mobilidade em terra com muito pouco esforço. Os rolos devem ter o comprimento de mais ou menos o dobro da largura da boca da canoa, ser perfeitamente cilídricos e munidos de uma alça para serem arrastados durante a rolada da canoa.
O diâmetro de um rolo deve ter entre vinte e cinco e quarenta e cinco centímetros, de acordo com o tipo de areia da praia e o tamanho da canoa, maior o diâmetro do rolo, mais fácil a manobra, principalmente em areia fofa.
Existe uma técnica bem apurada de manipulação dos rolos, além de comandos e manobras específicas para diversas situações. O comando mais usado é "pisa o rolo!".


Como é muito mais fácil entender esta técnica vendo a rolada, assista este vídeo a seguir.